1.400 corpos ainda estão enterrados do topo ao sopé da Serra das Araras

Uma cruz de 10 metros na subida da Serra das Araras (Piraí-RJ), no local conhecido por Ponte Coberta, marca o início de um enorme cemitério construído pela natureza.
Lá estão cerca de 1.400 mortos (fora os mais de 300 corpos resgatados) vítimas de soterramento pelo temporal que atingiu a serra no dia 24 de janeiro de 1967.
Segundo especialistas, a chuva que atingiu a região naquela noite, acontece de 350 em 350 anos. Foram 275 mm em menos de 3 horas. Para se ter uma ideia, em julho inteiro do ano de 2016, foram 138,6mm na cidade do Rio.


Com a intensa quantidade de chuva, as encostas da Serra das Araras praticamente se dissolveram em um diâmetro de 30 quilômetros. Rios de lama desceram a serra levando abaixo ônibus, caminhões e carros. A maioria dos veículos jamais foi encontrada. Uma ponte foi carregada pela avalanche. A Via Dutra ficou interditada por mais de três meses, nos dois sentidos.

A Via Dutra estava sendo duplicada naquele ano. Ao lado dela, aos pés da serra, foi montado um alojamento da Empresa Metropolitana de Terraplanagem onde moravam 300 pessoas. Eram os operários que trabalhavam na estrada com suas famílias. Só ali foram quase 150 soterrados.

Ao todo, 1700 pessoas que moravam em comunidades ao entorno da Serra das Araras morreram soterradas.

A enxurrada soterrou o ônibus da Viação Única, que precisou ser serrado ao meio para a retirada dos corpos. 14 passageiros morreram.

Apesar dos trabalhos intensos de resgate, pesquisadores afirmam que pelo menos 1400 pessoas nunca foram encontradas.


Até então, o evento é considerado a maior catástrofe natural da história do Brasil.
