Caminhões movidos a turbina a gás: Por que não vingaram?

Caminhões movidos a turbina a gás: Por que não vingaram?

Mesmo para os padrões de hoje, o Chevy Turbo Titan III 1966, movido a turbina a gás, continua sendo um caminhão formidável.

Com designer futurista e interior de nave espacial, o Chevy foi projetado para ser mais eficiente que os veículos movidos a diesel.

Usados pela primeira vez em larga escala na Segunda Guerra, os motores turbojato revolucionaram a aviação moderna.

Em 1946, o motor a jato deu origem a outro novo motor: a turbina a gás. Nele, os gases, em vez de serem expelidos num jato, acionam a turbina, a qual, por sua vez, faz girar rodas, hélices de navios ou mesmo as hélices vulgares de um avião.

Constatando a força desses novos motores, não demorou muito para que nos anos 50, surgissem os primeiros protótipos de turbinas a gás na América.

O Surgimento de uma lenda

Na década de 60, os engenheiros começaram a projetar navios, trens, automóveis e até caminhões, com turbinas a gás.

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Um desses projetos foi o Chevy Turbo Titan III, movido por uma turbina GT-309 da GM.

The Story of Turbo Titan - Chevy's Long-Lost Gas Turbine Truck
Chevrolet Turbo Titan III: Experimental Excellence - Vehicle Nanny

Posteriormente, esse motor foi substituído pelo Whirlfire Turbo Power Engine, capaz de fornecer 280 cavalos de potência e um enorme torque de 875 libras-pés.

E como a maioria dos motores a turbina, ele tinha uma velocidade de marcha lenta de cerca de 33.000 rpm, algo extremamente alto comparando com um motor de combustão interna.

Chevrolet Turbo Titan: El futuro estaba en 1965 | El Blog de La Gaceta de  los Clásicos

Isso representava um grande problema para tentar conectar o motor à uma caixa de câmbio e transferir a potência para as rodas.

Assim, os engenheiros da GM usaram uma engrenagem de redução para reduzir a marcha lenta de saída para 4.000 rpm e, em seguida, conectaram uma caixa de câmbio automática Allison MT-42 modificada manualmente. E tudo isso sem conversor de torque.

Como o eixo de saída do motor não estava fixado no estágio inicial do compressor, isso significava que a própria turbina de saída poderia agir como uma espécie de acoplamento fluido – muito legal.

No interior, havia comodidades como rádio FM, dois assentos de astronauta, tapetes e direção com dois botões. Esta foi a maior novidade de todas – porque, convenhamos, tapetes não são realmente algo de que você deveria se orgulhar em um chamado ‘caminhão do futuro’.

O fim de um sonho

Após muitos testes, os engenheiros constataram que apesar do modelo ser muito legal, ele era pouco eficiente e a produção em larga escala era inviável.

Além dele, outros projetos de navios, trens e carros foram abandonados.

Provavelmente, o Chevy Turbo Titan III 1966 virou sucata, afinal, nunca mais foi visto.