Entenda porquê o Bi-Toco não deu certo no Brasil

O mercado brasileiro de caminhões e ônibus sempre tenta reinventar algumas configurações buscando aumentar a eficiência no transporte de cargas ou passageiros.
Uma dessas configurações, o BI-TOCO (6X2/4), também chamado de BIDIRECIONAL ou MONOTRUCK, volta e meia aparece como inovação e logo em seguida, desaparece.


Ficha técnica
Um caminhão 6×2, possui um Peso Bruto Total de 23 toneladas. Já o Bi-Toco, possui um PBT de 22 toneladas, só que com dois pneus a menos.
Isso acontece, porque no trucado (6×2), os dois eixos traseiros são compostos por rodados duplos. O bi-toco, por sua vez, possui rodado simples nos dois eixos dianteiros direcionais.


Além de possuir dois pneus a menos, o desgaste dos pneus do segundo eixo direcional tende a ser menor que do 2 eixo traseiro na configuração 6×2.
Menos arrasto, gera uma economia maior de combustível.
Apesar dessa relativa vantagem, alguns problemas fizeram com que essa configuração não se popularizasse.
Entre os principais problemas, estão a quebra do pino de centro, desgaste de 2 mangas de eixos, terminais de direção e o desalinhamento fácil do eixo direcional.
Mesmo assim, da pra se dizer que o maior problema do Bi-toco sempre foi sua estética duvidosa. Dois eixos na frente e apenas um atrás, passa uma sensação de insegurança.
Além disso, o mercado nacional de caminhões já está acostumado com um padrão e mudar isso, é uma tarefa bem difícil.
Curiosidade: O primeiro Bi-toco chegou ao Brasil em meados de 1960, com o Mercedes-Benz LP333.

Diversos modelos de ônibus já foram testados nessa configuração:
Em meados de 2003, a Marcopolo apresentou o Gran Viale Híbrido. Isso mesmo, além de ser Bi-toco, ele tinha dois motores: um a combustão diesel e outro elétrico. Na época, os motores elétricos se tornaram uma grande dor de cabeça.

