Golpe da caixa de cozinha causa prejuízo à empresas de grãos

Com a alta no preços dos grãos, o desvio de cargas se tornou cada vez mais comum. Alguns motoristas, mal intencionados, são mais discretos e conseguem faturar alto desviando poucas quantidades de grãos.
O golpe da caixa de cozinha:
Quando falamos de cargas à granel, o sistema de carregamento é praticamente o mesmo em todo o território nacional: o caminhão é pesado, entra na empresa, carrega o produto e retorna para ser pesado novamente.

A diferença entre o peso inicial e o peso final, é o peso da carga colocada na nota fiscal.
Exemplo: Um conjunto, tipo carreta LS, pesa aproximadamente 16,5 toneladas. Após o carregamento, a carreta pode pesar até 48,5 toneladas, ou seja, 32 toneladas de carga útil.
O golpe funciona assim: os motoristas, colocam bolsas de areia ou terra, dentro das caixas de comida ou ferramenta antes de entrarem na empresa.
Ao pesarem o conjunto, é computado esse peso a mais das bolsas. Vamos supor, que sejam 100kg. Com isso, a tara do conjunto para de 16.500kg para 16.600 kg.
Após entrar na empresa, o motorista joga fora a areia e realiza o carregamento. O veículo é pesado novamente e chega aos 48,5 toneladas permitidas.
Calculando o peso inicial 16.600 kg – 48.500 kg, são 31.900 toneladas de carga que serão adicionadas à nota.
No entanto, como o veículo entrou pesando 100kg a mais por conta da areia e em seguida o peso foi retirado, foram carregadas 32.000 kg do produto.
Desse modo, o motorista pode desviar os 100kg sobressalente.

Se o motorista repetir a ação 10 vezes no mês, serão 1 tonelada desviada. Para se ter uma ideia, a tonelada do farelo de soja, por exemplo, é vendida por R$ 2.700 em algumas regiões.
Descarregar:
No descarregamento da carga, principalmente em portos, o golpe também é aplicado por motoristas mal intencionados. Nesse caso, um peso sobressalente é colocado para pesar antes de entrar na empresa. Durante o percurso até o tombador, o motorista aproveita para se desfazer do peso extra.