Justiça proíbe que PM entre em favela para recuperar caminhão roubado no RJ

Justiça proíbe que PM entre em favela para recuperar caminhão roubado no RJ

O Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu que a Polícia Militar do Rio de Janeiro acesse as comunidades para realizar operações.

Com isso, um caminhão que havia sido roubado na última sexta-feira (22) e que está há 200 metros do 22º Batalhão da Polícia Militar (Maré), não pode ser recuperado.

O motorista que conduzia o veículo foi abordado por volta das 6h30 por assaltantes na Avenida Brasil. Em seguida, o caminhão foi levado pelos criminosos para a favela Nova Holanda, no Complexo da Maré.

O motorista registrou o roubo na 21ª DP (Bonsucessso) e repassou a localização do GPS para a polícia.

Após os criminosos roubarem a carga, o caminhão foi abandonado há 200 metros do batalhão da Maré.

Próximo ao caminhão, está outros veículos abandonados, possivelmente, oriundos de furtos ou roubos. Testemunhas disseram o terreno onde os veículos estão funciona como uma espécie de garagem do tráfico, para onde os bandidos levam as cargas roubadas e descarregam para caminhões menores, pra venderem pela cidade.

Polícia Militar está proibida de entrar nas comunidades

Em entrevista ao RJ1, o porta-voz da PM fluminense, coronel Mauro Fliess, alegou que a polícia está proibida, por deliberação do Supremo Tribunal Federal (STF) de realizar operações policiais em comunidade. Destacou que “estamos diante de um crime patrimonial”, ou seja, não há vida em perigo, e que a Maré é uma região muito perigosa para qualquer intervenção policial.

Além disso, o oficial ressaltou que antes de adentrar a favela, é necessário planejar a ação para garantir a segurança física dos policiais e da comunidade local, já que caso entrarem, pode ocorrer confronto armado com os traficantes que comandam o local.

Apesar do STF proibir a ação, o Coronel afirmou que assim que possível, será realizada uma operação para a recuperação destes veículos.

A proibição veio do ministro Edson Fachin, que por meio de liminar (provisória), barrou qualquer tipo de operação nas comunidades do Rio durante o período da quarentena.

O texto prevê responsabilização civil e criminal em caso de descumprimento. A decisão de Fachin permite operações somente em “hipóteses absolutamente excepcionais”, sem exemplificar quais seriam.

Com a decisão, o crime organizado ganhou carta branca para agir livremente nas comunidades do Rio de Janeiro.

Fonte: G1