O caminhoneiro precisa entender: o problema do frete não é o diesel

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O recente aumento no preço dos combustíveis, tanto no Brasil como no mundo, veem causando prejuízos ao setor do transporte rodoviário de cargas.

Segundo especialistas, a expectativa é que os preços aumentem ainda mais nos próximos meses devido a alta no valor do barril de petróleo e do dólar.

Além disso, a Petrobrás informou ao mercado que não conseguirá atender toda a demanda de gasolina e diesel para o mês de Novembro, sendo necessário a importação de combustíveis.

Desse modo, o Brasil, assim como outros países pelo mundo, precisa escolher entre aumentar o preço dos combustíveis ou enfrentar um desabastecimento.

De acordo com levantamento realizado pelo Global Petrol Prices, o Brasil ocupa o 54º lugar nos países com o preço do diesel mais baratos do mundo e o 78° lugar da gasolina. O ranking leva em consideração o preço dos combustíveis em 168 países.

Frete ruim:

Quanto ganha o caminhoneiro autônomo? - Revista Carga Pesada

Mesmo assim, o preço do frete brasileiro está se tornando cada dia mais inviável para o autônomo.

Ao contrário dos demais países, onde a alta no preço do diesel acompanha o frete, no Brasil os preços dos fretes tendem a ficar congelados por longos períodos para os autônomos – já que os mesmos têm dificuldade para cobrar das empresas os valores previstos no cálculo de frete.

O descumprimento da tabela de fretes se deve tanto pela falta de fiscalização dos órgãos públicos como pelo excesso de caminhões no Brasil.

As empresas, sabendo disso, oferecem fretes muito abaixo do mercado e geralmente, algum caminhoneiro aceita realizar a viagem – mesmo que pelo preço de custo.

Desse modo, se o valor do diesel cair pela metade hoje, o preço do frete cairá pela metade junto.

Fiscalização sobre tabela do frete recai no agronegócio

Transportadoras estão cada vez maiores:

Um exemplo disso são as transportadoras, que mesmo nesse período de alta no preço do diesel, continuam aumentando suas frotas e reportando lucros.

Essas empresas, por possuírem contratos com os clientes, conseguem exigir o cumprimento da tabela de frete, mantendo sempre sua margem de lucro, independente do preço do diesel.

Solução:

Existem apenas dois modos de melhorar a condução do caminhoneiro autônomo no Brasil. O primeiro é uma fiscalização mais severo do cumprimento da tabela de frete por parte das empresas.

O segundo modo é a conscientização dos próprios motoristas que transportam cargas praticamente de graça para tentar se manter nas estradas.

Além de se prejudicar a si próprio, o caminhoneiro autônomo que aceita fretes ruim contribuí para que a situação se mantenha como está ou até piore.