Para onde vai os caminhões e carretas roubados no Brasil?
De acordo com levantamento da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC & Logística), em 2021, foram registrados 14.400 casos de roubo de carga em todo o Brasil.
Em uma parcela dos casos, os criminosos têm como principal alvo apenas a mercadoria transportada e após a subtração, abandonam o veículo para ser encontrado pela Polícia.
No entanto, em alguns estados, como São Paulo, o próprio caminhão é o objetivo dos assaltantes.
Para onde vão os veículos roubados?
O principal destino dos caminhões roubados são os desmanches ilegais. Em poucas horas, o veículo é totalmente desmontado e em seguida, transportado para atravessadores.
Esses atravessadores, revendem as peças roubadas à empresas que atual de maneira “legal”.
Geralmente, chassi, cabine e motor, são remarcados e recebem notas fiscais frias para poderem ser comercializados.
Clonados
Após o roubo ou furto, caminhões e principalmente semirreboques (carretas), também são clonados para poderem continuar rodando.
Nessa modalidade, os sinais identificadores e as placas, são alteradas e remetem a veículos com as mesmas características. Desse modo, os criminosos conseguem ludibriar a polícia.
Há casos, onde um veículo de carga clonado rodou por mais de 15 anos até ser apreendido.
Paraguai
Outro destino comum dos veículos roubados no Brasil, é o Paraguai.
De acordo com dados do Registro Automotor do Paraguai, atualmente circulam 720 mil veículos no país, dos quais 120 mil estão em situação irregular por não possuírem origem comprovada.
Mas esse número pode ser ainda maior, já que quadrilhas especializadas nesse tipo de crime conseguem legalizar, junto aos órgãos públicos no Paraguai, veículos roubados no Brasil.
Estimativas realizadas em 2001, apuravam que pelo menos 70% dos 600 mil veículos que circulam no Paraguai haviam sido roubados no Brasil. Quanto aos caminhões, estimava-se que 90% eram roubados.
Atualmente, como não é mais possível registrar veículos no Paraguai sem origem comprovada, as quadrilhas falsificam a documentação de importação para legalizá-los.
Pelo menos 30% desses veículos roubados ganham uma placa falsa ainda em território brasileiro, facilitando ainda mais a entrada no Paraguai.