Perigo das estradas: dormir com os olhos abertos

O corpo humano possuí uma incrível capacidade de se adaptar a situações adversas, porém essa característica pode ser fatal aos profissionais do volante que precisam enfrentar duras jornadas de trabalho.
Estudos científicos realizados com camundongos e publicados pela revista britânica Nature, comprovaram que após longos períodos que os roedores foram mantidos acordados, uma região do cérebro dos animais “adormeceu”, mesmo quando todas as aparências indicavam que eles estavam acordados.
Mas não é necessário um estudo científico para saber que isso não só é possível, como também é comum.
Grande parte dos caminhoneiros e demais profissionais do volante, em algum momento da vida, já levaram um susto ao adormecer no volante com os olhos abertos.
Na maioria dos casos, o motorista consegue manter a condução do veículo, com os olhos abertos, mas com o cérebro “adormecido”.
De acordo com relatos, em trechos de retas ou de baixa velocidade, onde não há tanto “perigo”, o cérebro do motorista entende que pode descansar por alguns instantes.
Esse desligamento parcial do cérebro, na condução de um veículo, pode ser fator determinante para ocasionar um acidente de trânsito, já que o motorista perde a capacidade de processar informações essenciais – como de desviar de um obstáculo na via.

Acidentes onde o motorista colide na traseira de outro veículo que seguia no mesmo sentido da via são comuns, já que nesses casos de fadiga extrema, a percepção de velocidade do condutor é quase nula.
Alguns motoristas também relatam terem viajado por diversas horas, mas não lembrarem de realizar o trajeto ou de terem passado por alguma cidade, como se estivessem em “Modo-Avião”.
Caso o cérebro chegue nesse nível de cansaço, mesmo que o motorista pare e tente tomar alguma bebida estimulante, ao retornar à dirigir, as chances de pegar no sono continuam altas.
Além disso, bebidas estimulantes, como energéticos e cafeínas, dão uma falsa sensação de energia, o que pode fazer com que o motorista durma repentinamente.
No atual cenário do transporte de cargas do Brasil, duras jornadas de trabalho são uma situação comum entre os profissionais.
Nesses casos, recomenda-se que o motorista planeje com antecedência o trajeto e a quantidade de horas para realizar uma viagem, levando em consideração situações adversas que podem ocasionar um atraso.
É importante que o motorista atente para alguns sinais:
- Começar a imaginar e ter alucinações
- Esquecer de onde está, como a cidade ou o estado
- Perder a noção de quantos quilômetros faltam para completar a viagem
- Perder a noção de tempo. Ex: achar que passou horas, mas passou apenas minutos
Recomendação final:
“Carga atrasada, é aquela que nunca mais vai chegar”

