Policial atende acidente em que vítima fatal era sua própria filha em Natal

O sargento da Polícia Militar, Severino Góis, de 54 anos de idade, passou na noite desse sábado (28), pelo que ele chamou de “pior experiência da vida”.
O policial havia sido acionado para atender um acidente de trânsito na BR-226, em Macaíba, na Grande Natal.
No acidente, uma motocicleta, ocupada por um casal, seguia sentido Natal, quando bateram na lateral de uma caminhonete que iria cruzar a via.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2020/p/v/PjNBadRBAJThUc5y72VA/whatsapp-image-2020-11-28-at-18.02.13.jpeg)
O casal era Gabriela Nascimento de Góis, de 19 anos e João Vitor Lima da Silva, de 21 anos, que foram arremessados para dentro do veículo. Ambos não resistiram aos ferimentos e vieram a óbito antes da chegada do socorro médico.
“Quando eu cheguei no local eu vi que tinha uma guarnição da PRF. Aí eu pensei: ‘esse acidente não foi na estrada de barro, foi aqui na BR. Isso é com a PRF. Mas vamos encostar aqui ao lado’.
Aí eu encostei a viatura com a minha equipe. Ao chegar no local, eu vi a moto toda destruída. A pancada foi violenta. Aí eu olhei, por trás da moto, e vi um capacete rosa. O capacete que era da minha filha. Eu olhei e disse ‘esse capacete eu conheço, é da minha filha’. Aí o rapaz veio para perto de mim e disse ‘calma, sargento Góis. Foi Gabi’”, contou, o policial.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2020/9/2/rTWiEpS5AbGxANIP1TgQ/whatsapp-image-2020-11-28-at-18.10.55.jpeg)
“Nessa hora Jesus me deu força, me deu coragem, e eu me desloquei até o carro. Chegando no lado do passageiro eu visualizei o meu genro. De costas, já dentro das ferragens. E eu vi os pés dela. Então eu corri, arrodeei pelo lado do carro e abri a porta. Quando eu abri a porta, minha filha estava deitada como se estivesse dormindo. Naquele momento eu abri minha mente para Deus e disse ‘Senhor, me dá forças. Porque eu sei que minha filha não está mais comigo, nem meu genro. Mas o Senhor vai me dar forças”, disse.
O policial permaneceu no local até a chegada do Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep).
Em entrevista à Inter TV Cabugi ele contou que Gabriella queria ser policial rodoviária federal e que estava estudando para realizar esse sonho. “Ela era uma menina estudiosa. Semana passada mesmo ela me disse que ia me dar muito orgulho, que ia ser policial rodoviária federal. Mas não deu tempo”, lamentou.
Gabriella e João Vitor namoravam há um ano e, segundo a família, já estavam planejando o noivado.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2020/z/g/B5aXD4RIeiOkAAzReUlQ/whatsapp-image-2020-11-28-at-18.42.16.jpeg)

