Preço do diesel no Brasil é o mesmo que nos EUA | Mas por que aqui o frete é ruim?

Com a pandemia do covid-19, o mundo vem enfrentando um aumento expressivo nos preços dos combustíveis, das matérias primas e dos alimentos. Até mesmo países desenvolvidos, estão sentindo os impactos econômicos.

Um exemplo é os Estados Unidos, que somente esse ano, viu o preço médio da gasolina subir 23% e do diesel 25%.

Nesse mês de Setembro, o consumidor americano pagou em média US$0.936 por litro de gasolina e US$0.873 no diesel.

Em real
Gasolina R$4,92
Diesel R$4,59

1 Galão americano = 3,785 litros

Enquanto isso, o preço médio da gasolina no Brasil ficou em US$1.141 e o diesel US$ 0.88 – um amento no ano de 28% e 23% respectivamente.

Em real
Gasolina R$ 6,00
Diesel 4,62

Apesar da gasolina americana ser R$1,08 mais barata que no Brasil, o preço do diesel em ambos os países é praticamente o mesmo.

No entanto, os caminhoneiros e transportadoras dos EUA não sofrem tanto com os preço dos combustíveis como os brasileiros.

Enquanto no Brasil o principal problema é o frete ruim, nos Estados Unidos o problema é o frete caro.

O volume de cargas embarcadas em caminhões nos EUA atingiram máximas históricas nesse ano, acompanhadas do aumento no preço por milha rodada.

O preço por milha rodada (1,6km) chega a atingir US$ 3,15 (R$16,63) para carretas refrigeradas.

Enquanto isso, no Brasil, os preços do frete por quilômetro (R$/KM) partem de R$ 2,2644 para veículos com dois eixos até R$5,3082 para carretas 9 eixos + Carga e descarga (CC).

Esses são valores levando em consideração a tabela de frete, que muitas vezes, não se aplicam aos caminhoneiros autônomos.

De quem é a culpa?

Acredite, no caso dos autônomos, o frete ruim não é consequência do preço do diesel.

Mesmo quando o combustível custava R$2,00, haviam fretes ruins que quando colocados na ponta da caneta, geravam prejuízo ao caminhoneiro.

O preço do frete para o autônomo, quando não estipulado pela tabela de frete, é precificado de acordo com o livre comércio. Ou seja, quanto mais caminhões para transportar uma carga, menor vai ser o preço.

Aqui, se há 10 carretas para transportar uma carga por R$5,00 o km rodado, o frete será oferecido por R$2,50 – sendo que muitas vezes, um desses 10 caminhoneiros aceitará.

Nos Estados Unidos, como o volume de cargas em relação ao número de caminhões é menor, os motoristas não se submetem a transportar cargas que pagam fretes ruins.

Com isso, os embarcadores são obrigados a aumentar o preço para conseguirem caminhões.

Já no caso das transportadoras com frota própria, o preço dos combustíveis não impacta tanto no faturamento, uma vez que as mesmas conseguem cobrar de seus clientes os valores vigentes da Tabela de Fretes, reajustada conforme o preço do diesel.

Os abaixa frete:

Um caminhão é como se fosse uma empresa, onde a principal matéria prima é o óleo diesel. Quando o preço da matéria prima sobe, o empresário aumento o preço do produto ao consumidor, mantendo assim sua margem de lucro.

No entanto, alguns caminhoneiros não têm essa consciência e mesmo com o aumento no preço do combustível, continuam a carregar fretes por valores baixos, prejudicando toda a categoria.