Transportadoras estão comprando caminhões velhos para participarem de programa do Governo

Transportadoras estão comprando caminhões velhos para participarem de programa do Governo

Empresas de grande porte estão comprando caminhões e ônibus velhos para participarem do programa de renovação de frota do Governo Federal.

O programa foi lançado no mês de Julho, com o intuito de diminuir o número de caminhões e ônibus com mais de 20 anos de fabricação, diminuindo assim as emissões de poluentes.

No total, o governo destinará R$ 1,5 bilhão em créditos tributários – R$ 500 milhões para estímulo à troca por carros menos poluentes, R$ 700 milhões para caminhões e R$ 300 milhões para ônibus e vans.

Para viabilizar a redução nos preços dos veículos, as montadoras receberão do governo créditos tributários para oferecer um desconto patrocinado, abatido diretamente do valor final, entre R$ 2 mil a R$ 8 mil nos carros; de R$ 33,6 mil a R$ 80,3 mil nos caminhões; e de R$ 38 mil a R$ 99,4 mil nos ônibus e vans.

Após o proprietário entregar seu veículo com mais de 20 anos para a reciclagem, ele receberá o crédito para a aquisição de um novo.

No entanto, o programa não tem nenhum objetivo social, uma vez que os proprietários de veículos com mais de 20 anos, não possuem condições financeiras para a compra de um caminhão novo.

Para se ter uma ideia, um Mercedes-Benz Actros 6×4 novo, custa R$ 951 mil.

Grandes transportadoras:

Para participarem do programa, grandes empresas do setor de transporte e aluguel de veículos, estão comprando grandes quantidades de caminhões velhos.

Pagando valores de até R$ 35 mil por cavalos mecânicos com mais de 20 anos, como por exemplo um Scania 111, ano 1976, essas empresas conseguem um desconto de R$ 80,3 mil na compra de um caminhão 0km.

Com isso, é possível obter um lucro de R$ 45 mil por veículo. O que está causando revolta entre os caminhoneiros autônomos, além de não terem condições de participar do programa, é que esse lucro obtido no esquema, é oriundo dos impostos, que deixarão de ser investidos para irem direto para a conta de grandes players do mercado.