Trecho da BR-158 no MT não pode ser asfaltado porque Dilma definiu área como reserva indígena

A BR-158 é considerada das principais vias de escoação da produção do Estado de Mato Grosso e uma das principais a nível nacional, mas algum de seus trechos vitais, ainda não possuí pavimentação asfáltica.
Uma dos pontos mais críticas é trecho entre o antigo “Posto da Mata” e Posto do Arnon, no leste do Mato Grosso, composto por quase 127 quilômetros.
Essa área foi definida pelo Governo Dilma como reserva indígena dos Marãiwatsédé e diversas famílias de produtores rurais precisaram ser removidas da região.

Todos os anos, na temporada de chuva, esse trecho torna-se praticamente intrafegável por conta dos atoleiros.
Na semana passada, entre os dias 08 e 12 de Fevereiro, filas com 10 quilômetros de congestionamento de caminhões e carretas se formaram próximo ao antigo Posto da Mata.
Governo Bolsonaro
Em 19 de novembro passado, o governo incluiu os 121 km de terra batida da BR-158 que cortam a Marãiwatsédé na lista de prioridades para futuras concessões.
No entanto, as lideranças indígenas da região relutam quanto ao asfaltamento da rodovia.
“Como [o governo] vai decidir sobre a rodovia sem ouvir nós? Não pode derrubar uma árvore aqui sem perguntar para a gente. Parece que querem fazer tudo sem consultar o índio”, disse à Mongabay o cacique Damião Paridzané, liderança histórica da etnia.
Ainda em 2019, ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes, explicou que o plano é substituir as pontes de madeira dentro da reserva por estruturas de concreto, além de concluir a pavimentação dos 121 km que atravessam Marãiwatsédé.
“Nós vamos enfrentar o que for preciso, mas a BR-158 será pelo traçado original, que tem mais racionalidade econômica… É por isso que nós vamos brigar. Enfrentar é conosco”, disse o ministro.

