Um quarto da frota de veículos do Paraguai é ilegal

Uma parcela considerável de veículos roubados no Brasil, principalmente nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná, têm como principal destino o Paraguai.
De acordo com dados do Registro Automotor do Paraguai, atualmente circulam 720 mil veículos no país, dos quais 120 mil estão em situação irregular por não possuírem origem comprovada.
Mas esse número pode ser ainda maior, já que quadrilhas especializadas nesse tipo de crime conseguem legalizar, junto aos órgãos públicos no Paraguai, veículos roubados no Brasil.
Estimativas realizadas em 2001, apuravam que pelo menos 70% dos 600 mil veículos que circulam no Paraguai haviam sido roubados no Brasil. Quanto aos caminhões, estimava-se que 90% eram roubados.

Naquele ano, o Presidente do Paraguai, Luis González Macchi, foi flagrado com uma BMW 528i, blindada, com chassi adulterado e que havia sido roubada em São Paulo.
O caso ganhou repercussão internacional e fez com que o Paraguai tomasse medidas contra o tráfico de veículos.
No entanto, ao longo dos anos, diversas outras autoridades foram flagradas com automóvel oriundos de roubo no Brasil.

Atualmente, como não é mais possível registrar veículos no Paraguai sem origem comprovada, as quadrilhas falsificam a documentação de importação para legalizá-los.
Pelo menos 30% desses veículos roubados ganham uma placa falsa ainda em território brasileiro, facilitando ainda mais a entrada no Paraguai.
Além disso, alguns policiais rodoviários paraguaios recebem uma quantia em dinheiro para fazer vista grossa aos veículos roubados, permitindo sua circulação.
Já caminhões e carretas, quando não utilizados para o tráfico de drogas e o contrabando de cigarros, são levados para o interior do Paraguai, aonde são empregados no transporte de cargas e em fazendas.
Há alguns anos, um caminhoneiro brasileiro teve seu caminhão roubado no Brasil e posteriormente levado ao Paraguai.
O motorista conseguiu localizar seu veículo, mas as autoridades paraguaias não colaboraram. Diante disso, o caminhoneiro passou a fronteira e “roubou” seu próprio caminhão, trazendo novamente para o Brasil.

