Agronegócio deve ser eliminado da terra, diz Lula e MST

Agronegócio deve ser eliminado da terra, diz Lula e MST

Buscando estreitar sua relação com os mais pobres, o candidato à presidência Lula e seu vice Alckmin, prometem um lugar de importância ao Movimento dos Sem-Terra (MST) no governo, caso sejam eleitos.

Em contrapartida, os chefes do MST radicalizam ainda mais os discursos, defendendo não só uma reforma agrária, como também eliminação pura e simples de todo o sistema de produção que existe hoje na agricultura brasileira.

Em suas reuniões, comícios e atos públicos em geral, os líderes do MST — gente que, nessas ocasiões, fala em “dialética”, “agregado econômico” e “modelo político” — diz, exatamente com essas palavras, que o agronegócio é “o inimigo do povo brasileiro”. Tem de ser “destruído”, e o seu lugar vai ser ocupado pelos “homens e mulheres” que “produzem alimentos saudáveis” e que estão no campo para cumprir metas sociais; em vez de buscarem o “lucro” estarão servindo “à sociedade”.

Atualmente, o soja é considerado pelo MST o principal inimigo do povo brasileiro.

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A Câmara de Conciliação Agrária do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) registrou 11 invasões de fazendas no país em 2021. Em 2019, foram sete e, em 2020, apenas seis.

Esses números são os menores desde 1995, quando o Incra começou a registrar as estatísticas.

Nos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), os sem-terra invadiram 2.442 fazendas. Já nos oito anos de governo Lula (PT), foram 1.968 invasões. Na gestão de Dilma Rousseff, foram 969 invasões.

De acordo com o governo, um dos fatores que explicam a redução no número de invasões é o armamento dos fazendeiros — mais especificamente, a regra que permite aos proprietários rurais carregarem as armas por toda a extensão da propriedade.

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Outro fator que influenciou na redução das invasões, foi a diminuição do repasse de verbas públicas à entidades ligadas ao MST.

Durante o Governo Dilma, foram repassados R$ 100 milhões à instituições privadas sem fins lucrativos ligadas à reforma agrária.

Desde 2020, o Governo Bolsonaro não repassa mais verbas para essas instituições.

No entanto, Bolsonaro deu preferência a titulação de terras das família assentadas. Só em 2021, foram emitidos 128 mil títulos de regularização fundiária. Em 2020, foram 109 mil.

Desse modo, as famílias passam de sem-terra, para proprietárias – podendo assim produzir e ter direito legal sobre a propriedade.